A transição energética na mobilidade é um imperativo categórico de toda a sociedade. O objetivo é diminuir, gradualmente, as emissões. A mobilidade elétrica está a crescer na Europa e os combustíveis tradicionais têm, cada vez mais, incorporados biocombustíveis. Existem, ainda, outras soluções que diminuem as emissões nos carros a diesel, como é o caso do AdBlue.
O GPL Auto, também designado de AutoGás, é uma solução que poderá desempenhar um papel importante na transição energética, uma vez que diminui, consideravelmente, as emissões, pode aproveitar as infraestruturas existentes e está ao alcance das várias classes sociais.
O AutoGás, ou GPL Auto, é, nada mais nada menos, do que o uso do gás de petróleo liquefeito (GPL), como combustível automotivo. É um combustível alternativo, mais económico e amigo do ambiente.
Já elencamos algumas das vantagens do AutoGás, no entanto, explicamos todas elas de uma forma mais detalhada.
A poupança que é possível com o GPL Auto é notória, sendo uma das razões que leva à compra de viaturas movidas com esta fonte de energia ou à conversão de automóveis que são movidos com combustíveis convencionais.
Considerando os últimos meses, o uso do GPL Auto permite uma poupança de até 45% em relação aos combustíveis tradicionais, uma vez que o seu preço é, aproximadamente, metade do da gasolina, embora o consumo seja ligeiramente superior, podendo variar entre 5% e 10%, dependendo do respetivo kit de instalação. Uma vez que o preço do combustível é cerca de 45% mais barato, a compensação continua a ser notória. Para além disso, é possível chegar a uma aproximação de 0%, através de afinações no sistema.
Os dados da Associação Europeia de Gás Liquefeito são perentórios: a utilização de AutoGás decresce as emissões de NOx – tão importantes para melhorar a qualidade do ar nas cidades -, em 68% e de partículas até 100%. Consequentemente, reduz o efeito estufa, diminuindo as emissões de CO2 em 14%. O ruído, por seu turno, é também minimizado em 50%.
Ao longo do tempo, foi possível desmistificar alguns tabus sobre esta fonte de energia, ao mesmo tempo que se reorganizou o quadro normativo, e, por conseguinte, incrementar a utilização do GPL Auto, em Portugal. Um dos mitos está relacionado com a segurança deste combustível.
Apesar de ser mais inflamável do que a gasolina, os depósitos criados pelos fabricantes são mais resistentes. No momento da conversão, deverá ser realizada por oficinas especializadas e credenciadas pelo IMT, por forma a garantir a segurança do veículo. O sistema de GPL está equipado com válvula de retenção, limitador de enchimento a 80%, limitador de fluxo, electroválvula e válvula de segurança.
A conversão é possível tanto em carros a gasóleo, como em carros a gasolina. No entanto, nos primeiros a transformação não é tão simples nem económica.
No caso das viaturas a gasolina, não existem quaisquer intervenções na parte mecânica, apenas são acrescentadas peças, como o caso do depósito, indispensável para o funcionamento do AutoGás.
Não existe um preço padrão, varia de empresa para empresa, mas, em média, o preço situa-se entre os 900€ e os 1.500€ e demoram entre 2 e 4 dias a fazer a conversão.
O AutoGás tem, ainda, uma outra vantagem: aumenta a durabilidade do motor. A sua fórmula não deixa tantas partículas no motor como os outros combustíveis líquidos, o que reduz o desgaste do motor, prolongando a sua vida.
Com o aumento da durabilidade do motor, o custo de manutenção dos veículos não é tão elevado, uma vez que os maiores custos inerentes à manutenção das viaturas estão correlacionados com problemas no motor.
A tecnologia bi-fuel, em que os consumos são combinados entre AutoGás e gasolina, o condutor pode percorrer cerca de 1.500 quilómetros se viajar em modo combinado. Existe um depósito para GPL Auto, que em alguns modelos encontra-se no compartimento do pneu suplente, e outro para a gasolina. Nestes casos, a gasolina é propulsora no arranque e, após o arranque, é o AutoGás que move a viatura. Quando o AutoGás acaba, o motor, automaticamente, recorre à gasolina.
Uma vez que existem dois depósitos, poderá, contudo, ficar com menos espaço na bagageira.
Ainda existe a ideia de que em caso de acidente estes carros podem explodir. Essa ideia não é verdade. Os depósitos dos veículos movidos a AutoGás têm outro tipo de especificações, que os tornam mais resistentes.
Não. Se a conversão for feita corretamente, sobretudo com os novos kits de instalação, os motores dos veículos movidos a GPL Auto não perdem aproveitamento da potência base do motor.
Durante muitos anos, os veículos a GPL Auto estiveram proibidos de estacionar em parques públicos. Não obstante, e de acordo com o artigo 4º da Lei nº 13/2013, de 31 de janeiro, um veículo a AutoGás cujas componentes estejam instalados de acordo com o regime, pode estacionar em parques de estacionamentos cobertos abaixo do nível do solo.
A oferta desta fonte de energia tem aumentado nos últimos anos. Atualmente, a Repsol conta com uma rede de mais de 90 Estações de Serviço que disponibilizam AutoGás, sendo que continua a aumentar a oferta deste tipo de energia, em linha com a sua estratégia de multienergia.
Os países europeus têm como meta serem neutros em carbono até 2050, pelo que o objetivo é que todos os veículos de transporte rodoviário, sejam neutros do ponto de vista climático. O GPL tem potencial para se tornar 100% renovável até 2050, segundo um estudo Liquid Gas Europe, pelo que é uma energia que poderá, também ela, acompanhar a transição energética, de uma forma gradual e inclusiva.
O bioGPL é idêntico ao GPL convencional quanto à sua utilização e desempenho, oferecendo atualmente uma redução de pegada de carbono até 80%.
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