O consumo de gás natural em Portugal tem vindo a diminuir nos últimos anos, por diversos motivos, tais como, uma maior penetração da eletricidade nos lares portugueses, aumento de temperaturas e maior eficiência dos equipamentos a gás. Em 2017, Portugal alcançou o seu máximo histórico, com 0.613 metros cúbicos por dia. Desde então, tem vindo a diminuir e, no final de 2021, consumiu 0,567 metros cúbicos por dia.
Quanto gasta uma família portuguesa com gás natural?
A eletricidade é a energia mais representativa nos lares portugueses, com 46,4% do total do consumo, seguida da biomassa, com 18,4% e do gás natural, com 12,4%. 12,2% dos portugueses utilizam gás engarrafado e 4,4% gás canalizado. Os dados são do Inquérito ao Consumo de Energia no Setor Doméstico 2020, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística. Ou seja, não refletem o impacto da guerra na Ucrânia, nem uma possível retração no consumo do gás natural.
De referir que em Portugal, o gás natural é também uma das fontes de energia para a produção de eletricidade.
Vejamos exemplos de diferentes tipologias de famílias
Nota: estes exemplos são com base numa simulação realizada em outubro de 2022 com base nas cinco tarifas mais económicas, sem considerar o mercado regulado.
- Casal sem filhos: no mercado liberalizado, um casal sem filhos pagará entre 265 e 450 euros anualmente.
- Casal com filhos: uma família com um ou mais filhos, sem aquecimento central, pagará entre 300 e 800 euros por ano.
- Casal com filhos e aquecimento central: uma família com filhos e aquecimento central terá uma fatura anual entre 590 e 1600 euros.
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O que é que os Governos de Portugal e Espanha fizeram para reduzir o preço do gás natural?
Para fazer face ao aumento do preço do gás natural nos mercados grossistas, Portugal e Espanha criaram uma medida transitória, prevista no Decreto-Lei n.º 33/2022, de 14 de maio, onde mediante a fixação de um preço de referência para o gás natural consumido na produção de energia elétrica transacionada no MIBEL, com vista à redução dos respetivos preços.
Esta medida entrou em vigor no dia 15 de julho e vigorará – salvo alterações – que durará até 31 de maio de 2023. Porém, caso os Governos de Portugal e Espanha concordem, poderão por fim à medida antes desta data.
Durante os seis primeiros meses desta medida, o preço pelo MWh permanecerá nos 40 euros. Findo este período, aumentará 5 euros por mês até chegar aos 70 euros – o teto máximo que ficou estabelecido.
O Governo português possibilitou, também, aos consumidores portugueses regressarem ao mercado regulado de gás natural. Para tal, deverão cumprir os seguintes requisitos:
- Consumidores com um consumo anual inferior ou igual a 10 000 metros cúbicos (o que inclui famílias e pequenos negócios).
- Consumidores com a designada tarifa social. Consulte as condições para ser considerado um consumidor economicamente vulnerável.
- Consumidores cuja comercializadora deixou de ter condições económicas e legais para manter o fornecimento de gás natural.
Que comercializadores existem no mercado regulado do gás?
Neste mercado, o gás natural é fornecido pelos chamados comercializadores de último recurso (CUR), sendo os preços definidos pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Os preços são fixados a 1 de outubro e vigoram até 30 de setembro, não obstante, podem ser revistos trimestralmente para acompanhar a evolução do custo de aquisição.
Atualmente, existem 12 CUR, que operam tanto a nível regional como continental, sendo que poderá consultar a listagem elaborada pela ERSE.
A Repsol não tem uma tarifa com gás natural apenas. No entanto, oferece a possibilidade de juntar eletricidade e gás natural, a Tarifa Viva ou a Tarifa Viva Mais, onde poderá beneficiar de poupanças e aceder a descontos noutras energias.
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