À medida que caminhamos para um futuro cada vez mais urbanizado, com grande parte da população mundial a viver em grandes metrópoles, urge a necessidade de repensar a forma como o meio ambiente convive com as pessoas e as infraestruturas, ao mesmo tempo que se caminha para um mundo cada vez mais sustentável e amigo do meio ambiente.
A eficiência energética, o certificado energético dos edifícios, a logística verde e a utilização responsável dos recursos serão essenciais para a simbiose entre a natureza e a vida citadina. A conceção urbanística das cidades deverá contemplar não apenas a harmonia ambiental, mas também social e económica.
Num cenário de transição energética, os edifícios desempenharão um papel nevrálgico. Serão um reflexo da forma como consumimos os recursos, como nos relacionamos com natureza e como coabitamos em sociedade. Tendo esta mudança em vista, em 2016, a ONU aprovou a Nova Agenda Urbana, por forma a apoiar e assessorar os países nos seus processos de urbanização.
Os benefícios de uma construção sustentável são vários e não dizem apenas respeito à componente ambiental. Os custos de operação e manutenção, bem como os riscos regulatórios também diminuem, o que aumenta a confiança dos cidadãos no desenvolvimento sustentável.
Atualmente, segundo a ONU, o setor da construção é responsável por 5% das emissões de CO2 em todo o mundo e, por conseguinte, a transformação do mercado da construção deverá, também, espoletar uma transformação cultural, com cidadãos mais informados e conscientes dos impactes ambientais.
Como referimos, o conceito de edifício verde abarca vários pressupostos e reflete uma mudança cultural. Não obstante, de uma forma sucinta, podemos referir que é um modelo de construção em que a sustentabilidade tem uma grande predominância.
Quer isto dizer que não apenas a parte de construção deverá ser orientada para diminuir o seu impacte no meio ambiente, como também, ou essencialmente, o planeamento, a renovação e, em último caso, uma possível demolição.
Os materiais utilizados, por seu turno, deverão ser os mais sustentáveis possível, com uma reduzida pegada ambiental, e assentes na eficiência energética. Uma construção para ser considerada sustentável deverá ter a certificação de Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), que é o reconhecimento oficial, aceito internacionalmente.
Os edifícios verdes para obterem a certificação LEED são avaliados em várias áreas, não apenas na construção. Estes deverão respeitar pontos como:
Existem alguns edifícios icónicos que merecem destaque quando falamos de edifícios verdes, são eles:
Criado por Ateliers Jean Nouvel e o paisagista Patrick Blanc, o One Central Park foi construído em 2013 e carateriza-se pelas suas caraterísticas inteligentes de gestão de recursos, como, por exemplo, a reutilização de água.
Já ganhou vários prémios internacionais e é, hoje em dia, uma referência mundial.
Coberto por vegetação em cascata, esta obra projetada por Vo Trong Nghia Architects tem o apelido de Babilônia, uma referência ao jardim mais famoso da história.
O resort é coberto de vegetação em cascata e tem uma tela de persianas para envolver o exterior, que suportam as trepadeiras e as plantas.
Inspirado num torso humano em movimento, este projeto de Santiago Calatrava é o edifício mais alto da Escandinávia, com 190 metros de altura.
Todo o edifício é alimentado por energia renovável, sendo que cada morador faz a gestão do seu aquecimento e água.
Construído em 2015, esta obra projetada por Jean Marc Bonfils foi inspirada num jardim público, com o objetivo de reintroduzir um espaço verde vertical em que a comunidade pudesse desfrutar.
Contém uma área pública, uma galeria de arte contemporânea para que os visitantes possam perceber o conceito e objetivo do edifício.
Outras leituras interessantes