A produção própria, individual e coletiva, de eletricidade para consumo próprio é, cada vez mais, uma opção a considerar pelos consumidores, devido às vantagens: ambientais e económicas. Portugal é um dos países europeus que reúne melhores condições para explorar as energias renováveis, principalmente a energia com fonte solar fotovoltaica.
Num período de transição energética e em que os preços da energia nos mercados grossistas, devido à conjuntura internacional, estão altos, esta solução começa a atrair atenção. Neste artigo, explicamos o que são os condomínios solares, como funcionam e as suas vantagens.
O que é uma comunidade solar?
Uma comunidade solar é uma instalação de energia, constituída por painéis fotovoltaicos, que é construída e gerida por um coletivo de pessoas/empresas que aderiu voluntariamente - pode pertencer ao mesmo condomínio, edifício ou parque industrial -, e que investiu num projeto comum de produção de energia.
Qual a diferença entre uma comunidade solar e um parque solar?
As comunidades solares podem ter diversas dimensões, desde pequenas instalações a grandes quintas com vários painéis solares. Ao contrário dos parques solares tradicionais, que exigem um grande investimento e são geridos por um único proprietário (pode ser um consórcio), as comunidades solares podem ser construídas por um grupo maior de indivíduos, coletivos ou particulares, e a gestão é, também ela, coletiva.
Vantagens das comunidades solares
- Energia mais barata. O autoconsumo individual, após a amortização do investimento, é, de facto, uma forma de poupança da energia, uma vez que uma parte, total ou parcial, da energia necessária é produzida pelo próprio consumidor. Porém, o investimento inicial neste tipo de equipamento não está à disposição de todas as pessoas, pelo que um investimento partilhado pode ser uma solução para poupar na fatura mensal de energia.
- Energia mais eficiente. Sendo gerida por um grupo de pessoas, a produção poderá ser otimizada não apenas em função das necessidades do grupo, mas também de cada indivíduo, de maneira a conseguir o maior rendimento para cada um deles.
- Vantagem económica. Neste tipo de instalações coletivas, apesar de o consumo ser maior, a produção também é maior, pelo que poderá existir excedentes de energia, que mais tarde poderão ser vendidos e, assim, obter um rendimento económico.
Redução de emissões. Não menos importante é a vantagem ambiental, na medida em que os condomínios solares produzem energia 100% renovável. Por conseguinte, reúnem todos os ingredientes da economia colaborativa e da eficiência energética.
Como é o processo de geração de energia pelas comunidades solares?
Como é o processo de geração de energia pelas comunidades solares?
Os painéis fotovoltaicos transformam a energia solar em eletricidade.
Possibilidade da eletricidade ser armazenada em baterias, normalmente ligadas à rede elétrica.
A eletricidade gerada e armazenada é, posteriormente, utilizada pelo condomínio.
O excedente energético gerado poderá ser vendido à empresa prestadora de serviço.
Quais os melhores painéis solares para comunidades solares?
Existem vários tipos de painéis solares, sendo que a melhor instalação dependerá de vários fatores, tais como:
- Capacidade de investimento do coletivo
- Localização dos painéis solares
- Quantidade de energia necessária
- Quantidade de energia que poderá ser produzida numa determinada área
Existem requisitos para a criação de uma comunidade solar?
Para a criação de uma comunidade solar, existem alguns requisitos que deverão ser salvaguardados antes de iniciar o projeto.
- Reunir um grupo de pessoas interessadas. Será o primeiro passo a seguir, reunir um conjunto de pessoas que partilha o mesmo espaço e que esteja predisposto a investir numa solução como esta, uma vez que os condomínios solares requerem um investimento inicial mais elevado do que os painéis solares individual.
- Fazer um estudo prévio da viabilidade. Neste estudo prévio, serão considerados fatores como, por exemplo, a classificação do terreno e a criação de uma ligação à rede.
- Autorizações administrativas públicas. Estas autorizações necessárias deverão ser analisadas em conjunto com os benefícios e incentivos existentes para o desenvolvimento deste tipo de projeto.
.png.transform/rp-rendition-md/image.png)
Qual a rentabilidade de uma comunidade solar?
Não é possível fazer um cálculo da rentabilidade de uma comunidade solar sem ter informação sobre a potência da instalação, do investimento inicial e das necessidades energéticas do coletivo.
Não obstante, e apesar de os condomínios solares exigirem um maior investimento inicial do que os painéis solares individuais, também atingem economias de escala, o que permite uma maior poupança mensal na fatura e, em alguns casos, um excedente energético que depois se traduz numa compensação económica.
Como referimos, é importante um estudo prévio que permita verificar o custo e o retorno, tanto na poupança mensal, como no excedente energético.
Perguntas frequentes
Caso a instalação seja numa parte comum do edifício, será necessário formalizar um pedido ao administrador do condomínio. Este, por seu turno, deverá convocar uma assembleia de condóminos e submeter a decisão ao grupo.
Sim, a autorização do condomínio é necessária para a utilização de um espaço comum. Porém, um terraço ou uma varanda (caso tenha espaço suficiente) poderá ser uma solução para começar a produzir a própria energia, desde que a sua colocação não interfira com a fachada ou outros elementos técnicos da habitação. Antes, deverá estudar se de facto compensa em termos de investimento e retorno, uma vez que estes espaços têm, por norma, piores condições de rentabilidade energética.
Outras leituras interessantes
Outras leituras interessantes